Notícia

 18/05/2012 | ECONOMIA

Seca traz prejuízos à produção agropecuária na Bahia

  A seca prolongada na Bahia já trouxe prejuízos significativos ao setor agropecuário do Estado, provocando principalmente a queda de produção e podendo comprometer o abastecimento da população. A produção de leite, por exemplo, caiu em um terço desde o início da estiagem, o que representa 1,5 milhão de litros a menos por dia nas principais bacias leiteiras da região. A safra de milho e feijão do litoral norte baiano, responsável por 80% da produção estadual, deve sofrer uma perda quase que total da lavoura. As pequenas cidades do interior devem começar a sofrer com o desabastecimento de carne bovina em, no máximo, 90 dias. Os dados foram divulgados nesta quarta-feira, 16 de maio, pela Federação da Agricultura e Pecuária do Estado da Bahia (FAEB) e refletem a preocupação do presidente da entidade, João Martins, com o atual cenário. “A situação é crítica. Há culturas em que as lavouras foram totalmente afetadas”, relata.

Segundo o balanço divulgado pela FAEB, a captação diária de leite por alguns laticínios baianos foi reduzida de 100 mil para 18 mil litros. Municípios como Coaraci, no sudeste baiano, tiveram queda de 65% na produção. Nas cidades de Itapetinga, Jequié e Itabuna, esta redução foi, em média, de 60%. Na pecuária de corte, o cenário é preocupante para os pequenos municípios, uma vez que as principais cidades têm condições de armazenar a carne vinda de outros estados. No entanto, a tendência é de que em 2013 haja menor oferta de animais prontos para o abate e este quadro deve permanecer nos anos seguintes. Para minimizar os prejuízos, revela João Martins, muitos criadores devem antecipar para este ano a comercialização de animais que seriam fornecidos para o abate apenas no próximo ano.

A falta de chuvas também deve atingir de forma expressiva a produção de cacau, uma das mais tradicionais da Bahia. Um dos locais que devem ser mais afetados é a região de transição, que engloba os municípios de Ipiaú, Ubatã, Ibirataia, Itagibá, Dário Meira, Jitaúna e Gongogi, entre outros. Com a seca, há uma perda de umidade do solo para o desenvolvimento da lavoura, o que pode comprometer a safra. Ainda de acordo com a FAEB, o cenário também é preocupante para algumas regiões de fruticultura. Por causa da estiagem, a água está sendo usada exclusivamente para abastecimento da população, pois o governo estadual suspendeu a outorga para fins comerciais. A produção de abacaxi já sofreu perdas drásticas em 2012 e deve prejudicar o plantio da próxima safra. 
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