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 16/04/2013 | ECONOMIA

Governo planeja inflação acima de 5% neste ano para evitar subir juros

Apesar de reconhecer a necessidade de reduzir a inflação oficial (IPCA) neste ano, o governo avalia que um índice acima de 5% é aceitável, para evitar uma elevação muito forte da taxa de juros, hoje de 7,25% ao ano.

 

Governo afrouxa controle sobre gastos públicos  

 

Juros mais altos tendem a inibir tanto o consumo (o que tiraria a pressão da inflação) quanto os investimentos, que a área econômica quer preservar. O raciocínio é que aumentar a capacidade de produção e a oferta de serviços, via investimentos, é importante tanto para acelerar o crescimento quanto para controlar as pressões inflacionárias do consumo aquecido.

 

Nos planos do governo, a ideia é fechar 2013 com uma inflação um pouco abaixo da de 2012 (5,84%), mas ainda distante do centro da meta (4,5%). Fala-se em algo entre 5,2% e 5,5%, abaixo da projeção de 5,68% que consta da pesquisa que o BC faz semanalmente com analistas.

 

O cenário do governo trabalha com quatro altas seguidas dos juros, de 0,25 ponto percentual cada uma, totalizando 1 ponto, o que faria a taxa Selic passar dos atuais 7,25% para 8,25% ao ano.

 

Declarações recentes do presidente do BC, Alexandre Tombini, e do ministro Guido Mantega(Fazenda) sinalizam que o novo ciclo de alta pode começar já nesta semana, com 0,25 ponto.

 

A maioria dos analistas pesquisados semanalmente pelo BC, no entanto, espera um aumento de 0,5 ponto percentual, só em maio.

 

De uma forma ou de outra, a equipe econômica trabalha com o cenário de ajuste nos juros restrito a 2013, sem pressões no ano eleitoral de 2014.

 

Acredita-seque se, no ano que vem, com a economia num ritmo maior de crescimento e inflação em queda, a discussão será o melhor momento de reduzir juros.

 

(SHEILAD'AMORIM e VALDO CRUZ)

 

 

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