Notícia

 24/04/2012 | ECONOMIA

Minifábricas de caju são abertas na Bahia

  Vivendo uma das maiores secas da história do Nordeste, homens e mulheres que residem nos municípios do semiárido baiano encontraram na união e no coperativismo a chance de trazer desenvolvimento para a região e construir uma nova história de vida.


Estas oportunidades foram solidificadas com a inauguração no último dia 18, de duas Unidades de Beneficiamento de Castanha de Caju nos municípios de Ribeira do Amparo e Novo Triunfo, situado na região  Nordeste do estado a 285 quilômetros de Salvador. A implementação das duas  "minifábricas " faz parte do Programa Trabalho e Cidadania, da Fundação Banco do Brasil. 


A fonte de renda dos agricultores residentes nos  municípios Ribeira do Pombal, Ribeira do Amparo e Novo Triunfo, sempre foi a agricultura familiar com destaque para o cultivo do caju. Os cajucultores como são conhecidos na região, sempre comercializaram a matéria prima do produto de forma artesanal sem nenhuma cultura de beneficiamento para as comunidades. 

"Com união, sociativismo e cooperativismo é possível  criar nestes agricultores o hábito de se reunirem para discutir os rumos das cooperativas desde a organização da produção até a economia solidária" destacou o presidente da Fundação Banco do Brasil, Jorge Streit. 
 
Com a implantação da mini fábrica de caju na Cooperativa Regional dos Agricultores Familiares de Ribeira do Amparo, Cipó e Ribeira do Pombal (Cooperprac), moradores residentes nas comunidades vizinhas como a da Boa Hora, serão beneficiados com os novos equipamentos e por uma assessoria técnica nas áreas administrativas, organizacional e contábil. 

A elaboração de novas cooperativas, além de  incentivar a autonomia e independência dos produtores contribui também  para que cajucultores como seu Manoel José dos Santos  se tornem capazes de gerir coletivamente os seus  empreendimentos.
 
Manoel conta que inicialmente vendia as castanhas para atravessadores e que após a comercialização ficava sem renda para o resto do ano. Ele relata ainda que após  o treinamento  técnico  passou a ter um  entendimento agrônomo maior no que se refere ao trato, cultivo do plantio e seleção das melhores castanhas para comercialização. Com isso, foi possível aumentar a plantação de 700 para 1000 pés de cajus.

Além disso, com a  Cooperprac o recebimento do dinheiro é feito no ato da entrega dos produtos,  ou parcelado a depender da escolha do agricultor. 
 
A outra unidade de beneficiamento da castanha foi inaugurada junto com Cooperativa Regional dos Agricultores Familiares de Antas, Novo Triunfo e Sítio do Quinto (Coopans), que atende mais de 60  cooperativados da comunidade da Baixa da Roça, uma região ainda sem rede elétrica.  

Sob o comando da nova cooperativa e da minifábrica estão duas mulheres Domingas Dantas e Silvanice Rodrigues Silva. Segundo Silvanice gerente financeira da Coopans, o trabalho da cooperativa tem trazido mudanças na vida de todas as famílias. 

" Eu sinto que nasci para ajudar a minha comunidade. Estou muito feliz em poder ensinar  para  essas pessoas  a não desperdiçar  a riqueza do  semiárido", ressaltou.  
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