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 14/05/2013 | OUTROS

Praga atinge plantações de algodão; prejuízos superam R$ 1 bi, diz Seagri

 

As plantações de algodão no oeste da Bahia sofrem com o ataque de uma praga, o que afeta a produção na região. De acordo com o secretário da Agricultura da Bahia, Eduardo Salles, a suspeita é que a praga, causada pela lagarta Helicoverpa Armigera, já tenha provocado prejuízos superiores a R$ 1 bilhão e compromete  228 mil hectares de algodão somente na Bahia.

 

A Seagri afirma que, além das plantações de algodão, as lavouras de soja em nove municípios do oeste baiano e em outros quatro estados brasileiros (Paraná, Goiás, Piauí e Mato Grosso,) também são destruídas pela praga.

 

O secretário esteve em uma reunião em Barreiras, no oeste do estado, na sexta-feira (10) e conversou com produtores locais sobre o assunto. Em entrevista ao G1 nesta segunda-feira (13), Eduardo Salles disse que os produtores baianos levaram a situação ao conhecimento da Seagri há cerca de dois meses e que o cenário atual é muito grave, podendo até comprometer a próxima safra de algodão.

 

"Na verdade, as informações que temos é que a Abin [Agência Brasileira Inteligência] e a Polícia Federal estão envolvidas na questão de suspeita de bioterrorismo. Isso nos foi falado em uma reunião. É uma praga que não existia no país. Essa praga ela vem, qualquer agrônomo sabe que quando ela vem, entra circunscrita por alguém. Ela não aparece em diversos locais ao mesmo tempo. Acho que isso embasa a suspeita maior e acho que por isso colocaram a Abin e a Polícia Federal no caso", disse Salles.

 

Segundo o secretário da Agricultura da Bahia, grande parte da produção de algodão está  comprometida na região oeste. As lavouras da região sudoeste não foram atacadas pela lagarta. Eduardo Salles afirmou que a grande preocupação no momento é com o algodão porque a soja já está sendo colhida e não pode ser pulverizada. Para tentar reverter a situação nas plantações de algodão, o Brasil importou o produto agroquímico "Benzoato de Amamectina", que deve ser usado para combater a praga.

 

"O produto já está no Brasil, foi autorizada a importação pelo Ministério da Agricultura e está sendo liberado para ir para a Bahia. Nós tivemos uma reunião em Brasília, com o Ibama e a com a Anvisa e acordamos que será feito um termo de referência para controle e monitoramento da aplicação do produto. Ele [Benzoato de Amamectina] já e usado Japão, Austrália e Estados Unidos. Hoje a única a arma eficaz que temos", disse.

 

De acordo com o secretário, na Bahia, o produto vai ser usado em um projeto piloto, que será feito em dez propriedades com plantação de algodão localizadas nas cidades de Luís Eduardo Magalhães, São Desidério e Barreiras, todas na região oeste. "Vamos fazer  a aplicação em 10 propriedades, com monitoramento e envio de relatório em 90 dias, para embasamento para o futuro", afirmou.

 

Segundo Eduardo Salles, a aplicação do produto não vai contaminar o algodão. Ele diz que o Benzoato de Amamectina é usado em alimentos como o tomate, fora do Brasil, sem registros de contaminação.

 

Para o secretário, caso a praga não seja controlada, o Brasil pode entrar em caos econômico. "A gente pode correr risco de, na próxima safra, o Brasil sofrer um dano econômico muito grande. A importância [do algodão] é muito grande para a indústria têxtil brasileira. A indústria téxtil é uma das maiores empregadoras do Brasil. Ele tem uma competitividade de produção muito grande, perde com logística e estrutura [para outros países], mas da porteira para dentro, nenhum país tem compensação de custo com produção. A gente incomoda o mundo com essa capacidade", disse o secretário da Agricultura da Bahia.

 

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